30 de maio, é o dia de celebrar a deusa Obá, menos conhecida e pouco comentada pelos admiradores e fiéis, porém não menos importante nas religiões de matriz africana do Brasil. Neste momento de incertezas e perturbações pelo qual a maioria da população está passando, nada melhor que invocar seu arquétipo de força e energia para, juntamente com ela, estar pronta a vencer qualquer batalha.

 

Filha de Iemanjá e Oxalá, Obá é a Yaba africana que representa as águas revoltas dos rios,as pororocas, as águas fortes, o lugar das quedas também são considerados domínios de Obá. Representação de uma outra forma do poder dos ventos, ela é a senhora dos redemoinhos. 

 

Ela representa também o aspecto masculino das mulheres (fisicamente) e a transformação dos alimentos  crus em cozidos. Esta yaba está sempre acompanhada de Nanã e, juntas, têm o controle sobre as enchentes e o barro. Além disso, é reconhecida por atuar na busca pelo equilíbrio e defende a justiça. A força física por qual a yaba é conhecida representa o poder feminino na luta. 

 

Seu culto é originário de Elẹ́kò, antigo nome da atual cidade de Lagos, na Nigéria. Ela  possui um rio com o seu nome que é afluente do rio Ọ̀ṣun. O encontro destes rios provocam inundações nas regiões vizinhas, que são apaziguadas com Ẹbọ (oferendas) para ela e Oxum.

Oba 6 - OBÁ, a deusa iorubá guerreira das águas doces revoltas, do equilíbrio e da justiça

História

 

Por sua envergadura física, tornou-se uma guerreira, a única mulher capaz de desafiar Ogum para uma luta, e por ser Obá extremamente forte e destemida, Ogum se viu obrigado a usar de um truque contra ela.

 

Obá era uma mulher cheia de vigor e coragem, ela não temia ninguém no mundo. Seu maior prazer era lutar. Seu vigor era tal que ela escolheu a luta e o pugilato (luta com os punhos) como profissão. Obá venceu todas as disputas que foram organizadas entre ela e diversos orixás. Ela derrubou Obatalá, tirou Oxóssi de combate e deixou no chão Orunmilá. Oxumaré não resistiu à sua força. Ela desafiou Obaluaê e botou Exú pra correr. Chegou a vez de Ogum!

 

Ogum teve o cuidado de consultar Ifá, antes da luta. Os adivinhos lhe disseram para fazer oferendas, compostas de duzentas espigas de milho e muitos quiabos. Tudo pisado num pilão para se obter uma massa viscosa e escorregadia. Esta substância deveria ser depositada num canto do terreno onde eles lutariam. Ogum seguiu fielmente estas instruções. Na hora da luta, Obá chegou dizendo: “O dia do encontro é chegado.” Ogum confirmou: “Nós lutaremos, então, um contra o outro.”

 

A luta começou. No início, Obá parecia dominar a situação. Ogum recuou em direção ao lugar onde ele derramara a oferenda. Obá pisou na pasta viscosa e escorregou. Ogum aproveitou para derrubá-Ia. Rapidamente, libertou-se do pano que vestia e a possuiu ali mesmo, tomando-se, desta maneira, seu primeiro marido.

Mais tarde, Obá se tornou a terceira mulher de Xangô, pois ela era forte e corajosa e tinha o muito conhecimento de gastronomia. A primeira mulher de Xangô foi Oiá-Iansã, que era bela e também guerreira. A segunda foi Oxum, que era sábia e vaidosa.

Uma rivalidade logo se estabeleceu entre Obá e Oxum.

Ambas disputavam a preferência do amor de Xangô.

 

Obá sempre procurava surpreender o segredo das receitas utilizadas por Oxum quando esta preparava as refeições de Xangô.

Oxum irritada, decidiu preparar-lhe uma armadilha.

Convidou Obá a vir, um dia de manhã, assistir à preparação de um prato que, segundo ela, agradava infinitamente a Xangô.

 

Obá chegou na hora combinada e encontrou Oxum com um lenço amarrado à cabeça, escondendo as orelhas. Ela preparava uma sopa para Xangô onde dois cogumelos flutuavam na superfície do caldo. Oxum convenceu Obá que se tratava de suas orelhas, que ela cozinhava, desta forma, para preparar o prato favorito de Xangô.

 

Este logo chegou, faminto, vaidoso e altivo. Engoliu, ruidosamente e com deleite, a sopa de cogumelos e galante e apressado, retirou-se com Oxum para o quarto.

 

Na semana seguinte, foi a vez de Obá cuidar de Xangô.

Ela decidiu pôr em prática a receita maravilhosa. Xangô não sentiu nenhum prazer ao ver que Obá se cortara uma das orelhas. Ele achou repugnante o prato que ela lhe preparara.

 

Neste momento, Oxum chegou e retirou o lenço, mostrando à sua rival que suas orelhas não haviam sido cortadas, nem comidas. Furiosa, Obá precipitou-se sobre Oxum com impetuosidade.

 

Uma verdadeira luta se seguiu. Enraivecido, Xangô trovejou sua fúria.

Oxum e Obá, apavoradas, fugiram e transformaram-se em rios.

 

Até hoje, as águas destes rios são tumultuadas e agitadas no lugar de sua confluência, em lembrança da briga que opôs Oxum e Obá pelo amor de Xangô.

 

Características de Obá

  • Dia da semana: Quarta-feira
  • Cores: Marron raiado, Vermelho e Amarelo
  • Símbolos: Ofange (espada) e Escudo de Cobre, Ofá (arco e flecha)
  • Elementos: fogo e águas revoltas, pororocas
  • Domínios: Amor e Sucesso Profissional
  • Saudação:   Obà Siré!
  • Comida: acarajé de formato único, aberém, feijão fradinho, cabras, galinhas, coquéns e seu amalá é especial. 

 

As 7 qualidades de Obá

  1. Obá Gìdéò: Neste caminho Obá está ligada a Xangô
  2. Obà Syìó: Neste caminho Obá está ligada a Xangô e Oyá
  3. Obà Lòdè: Neste caminho Obá está ligada a Iyami
  4. Obà Lóké: neste caminho Obá vem junto com Odé
  5. Obà Térà: Neste caminho Obá está ligada a Ogun
  6. Obà Lomyìn: Neste Caminho Obá está ligada a Oxalá
  7. Obà Rèwá: Neste caminho Obá vem junto com Ewá

 

Como se conectar com o arquétipo de Obá e receber suas bênçãos no trabalho e na vida

Sua ligação com o feminino a aproxima das mulheres e é pela Orixá que elas procuram quando precisam de força e proteção. Obá é reconhecida por ser uma mãe que compreende as dores que suas filhas enfrentam.

 

A aparência dela não é o que se costuma esperar de uma mulher. Por ter esse estereótipo de batalha, não corresponde aos padrões de feminilidade. Sua beleza vai além do físico. Obá é bonita na maneira em que atua como guerreira e combate às injustiças. 

 

Meditação

Sente ou deite de 15 a 30 minutos, se quiser coloque uma música, faça silêncio e medite sobre o seu trabalho atual. O que você gosta de fazer? Quais os seus dons e talentos? O que você quer modificar? De que forma seu trabalho beneficia a você? De que forma seu trabalho contribui para a coletividade? Qual batalha você está enfrentando?

 

Agora use a imaginação e vista-se com as armas da deusa Obá, pode ser em pensamento ou você pode usar objetos que pareçam armas. Peça e sinta a sua força e proteção, faça movimentos com se estivesse lutando (5 a 10 minutos) e vença esta batalha